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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Mochilão "easy rider", loucura?

Hey!!!
Depois do post de ontem sobre a Itália e os percalços da viagem, muita gente veio me perguntar como seria esse tipo de mochilão maluco, se eu sempre dormia na rua mesmo e se dava conta do inverno. Eu estou viva, então quer dizer que deu certo, né? Mas vou contar como eu fiz e o que eu tirei de bom dessa viagem maluca.
Easy Rider é uma menção a um filme meio antigo, mas que fez muito sucesso, só quer dizer viajar sem destino. Planejamento é essencial até para quem quer viajar assim, pelo menos a média de quanto vai gastar por dia e um extra, caso tudo dê errado.
Não planejava hostel antes, só as passagens e ainda assim só as de avião, porque quando envolvia ônibus ou trem eu deixava para comprar na hora, mesmo porque, vaaaai que a cidade era mais legal do que eu esperava, caso de Barcelona que acabei ficando mais tempo por lá do que o planejado.
Viajar sozinha de mochila para uma mulher, que na época tinha 20 anos (coff coff, não façam as contas), não é exatamente o que se pode chamar de viagem super segura. Eu já era naturalmente fascinada pela Europa, então se perder nas cidades era só mais uma virtude minha! Mas com o tempo eu fui me perdendo com mais segurança. Na Itália, uma vez eu peguei o ônibus errado para voltar para a casa da minha prima e andei umas 4 horas na estrada que eu não conhecia bem, supondo que estaria andando para o caminho certo. Bom, era o certo, eu cheguei na casa dela - exausta. Regiões como a de Valdobbiadene são muito iguais, campos de vinho, casinhas e algumas sorveterias. E no inverno, você não vê muita gente na rua, o que dificulta pedir informação. Ah! Eu estava sem mapa!
Justamente por causa desse dia, nunca mais, mesmo em cidade pequena ou enorme, deixei de pedir mapa turístico. Valdobbiadene não tinha um tour turístico propriamente, então não tinha mapa que me ajudasse e "naquela época" celular ainda não tinha GPS tão bom quanto os de hoje.
Olhar para trás também foi uma coisa meio paranóica que eu aprendi durante esse mochilão. Mulher sozinha não pode dar bobeira. Mesmo no centro de Veneza, um cara esquisito ficou me seguindo. Primeiro parei em um supermercado, dei aquela enrolada, saí e o cara lá me seguindo...quando começei a ficar apavorada, esbarrei com uma guarda policial e parei para falar com ela. Pedi discrição e disse o que estava acontecendo. Ela foi muito legal, ficou conversando um pouco comigo só para o cara se dispersar e depois ainda me acompanhou de longe um tempo. Ah...vai saber, né? Segurança é bom e eu gosto! Outro problema de ser mulher e fazer mochilão sozinha é que toda hora vem algum cara estranho puxar papo com você. "Você é casada?", "Está viajando sozinha?". A Europa só tem o nome, porque os donos não são mais europeus, esses caras que puxam assunto são imigrantes buscando "oportunidade fácil", ou querem te distrair para te furtar ou sei
lá o que, basicamente, não responda e faça cara de poucos amigos. Uma vez aqui em Dublin, não dava para não responder, estava parada esperando um amigo, respondi seca que não estava viajando sozinha e estava esperando meu marido chegar. Bom, não tenho marido, mas valeu de alerta. O cara foi embora. Fica esperta.
Eu basicamente tinha dois lemas durante o mochilão: "quem converte, não se diverte" e "tenho 24h para fazer um amigo". Viajar sozinho é um porre para quem gosta de falar como eu. Olhar a Torre Eiffel e não ter ninguém para comentar é um tanto frustrante, todas as fotos você sair com cara de bolacha porque são aquelas "auto fotos" com cenário bacana no fundo...mas não supera ficar pedindo para os outros tirarem fotos suas e muitas vezes levar um "no!". Por tudo isso eu sempre queria um amigo!
E fiz alguns bons tantos! Hostel é legal por isso, você acaba sempre obrigado a interagir com as outras 29 pessoas do quarto, hahaha. Na Espanha  fiz grandes amigos brasileiros, já viajei depois disso com eles, fiz festa e sempre que dá a gente se encontra. O Felipe Spolador, nem preciso comentar porque sou muito fã dele! Coreanas, japonesas, chinesas em geral são todos muito simpáticos e adorei fazer amizade, só confesso que manter contato foi mais complicado...questões de linguística, sabe?
A mexicana que contei ontem de Turin, até hoje mantenho contato! Enfim, o que eu estou dizendo é que, viajar sozinho é uma ótima oportunidade de fazer amigos, você fica - ou é obrigado - a ficar mais aberto para as pessoas, perguntar, conversar e trocar idéias são muito normais e são nesses momentos que você faz um "brother" de viagem. Querendo ou não, quando você viaja com mais alguém, acaba fazendo menos amigos porque você está mais preocupado em interagir com aquela pessoa que você está viajando.
O inverno europeu, bom, é gelado mesmo, tem países que não como a Espanha e o Sul da Itália, são mais tranquilos. Mas em geral é gelado, úmido e gelado de novo! O bom são que as passagens são mais baratas, os hostels também, os pontos turísticos estão mais vazios e as cidades em geral ficam mais baratas fora de temporada. Eu fui para Londres no inverno e no verão; prefiro o inverno zilhões de vezes. As filas no verão são intermináveis, um monte de gente se amontoando, a água fica cara e normalmente está quente, porque não dão conta de gelar, os banheiros ficam sujos, não tem mesa no restaurante...uma loucura! Londres no inverno tem cara de londrino! Chuvinha, frio, vento...as paisagens ficam parecidas com todos os filmes que se passam por lá! Tudo fica mais Europeu. Vá lá, a Toscana é mais bonita na primavera, eu concordo! Tudo é questão de gosto e isso a gente não discute! 
Resumo, eu amei meu mochilão, acho que foi a viagem que mais me ensinou e me fez conhecer a mim mesma. Dei um pouco de trabalho para o meu anjo da guarda e meu pai foi parar no hospital com crise de labirintite quando fui assaltada em Roma, mas entre mortos e feridos, todos saímos bem! Mas se quer fazer um mochilão desse, pense bem... porque não é simples! :)

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